Poema sem título V
- palavrasbrutas
- 3 de abr.
- 1 min de leitura

Arte de IA
miojo de fubá,
pincel sem tinta,
som sem ar.
Mastiga, menino,
regurgita, engole,
o gosto é o mesmo,
só muda o molde.
papa-vômito,
nojo-insone,
faz-seu-nome
na-rede-social.
E o verso impresso,
sem mão, sem pulso,
canta sozinho,
ergue-se sem busto.
Arte de IA
miojo de fubá,
pintada sem alma,
vazia de lar.
papa-vômito,
nojo-insone,
faz-seu-nome
na-tela-viral.
E infesta o inferno
de arte de IA,
nem mesmo o diabo
se deixa enganar.
Paga uma nota,
segue o tropel,
tropeça na arte,
o inferno é o céu.
Sobe pra nuvem,
seu coração todinho,
e lá de cima,
caga no mundinho.
papa-vômito,
nojo-insone,
faz-seu-nome
máximo-total.
Mata tudo que é vivo,
decreta um adeus massivo,
o futuro é esse,
é nele que sigo.
Rafael Assis

Escritor, poeta e resenhista. Criador do blog "Um de Tudo" como um arquivo, um portfólio, um local de posts difusos buscando ser uma mapa para as diversas produções que tomam forma quando encontra-se com o papel.
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